Conselhos e as dicas dos recrutadores para construir um currículo vencedor

Currículo ‘online’, currículo em infografia, currículo em vídeo e currículo multicor. Estas são as principais tendências em 2014 para a criação do mais importante cartão de visita quando se está à procura de emprego ou a tentar evoluir na carreira, de acordo com o blogue CVitt, uma plataforma online da empresa de recrutamento Ray Human Capital que permite criar um currículo personalizado e disponível online.

E se nos últimos anos se assistiu a uma rápida evolução dos currículos em papel, enviados pelo correio e acompanhados de uma carta de apresentação, para uma versão digital que segue por e-mail para os vários recrutadores, hoje em dia a tendência dominante é mesmo alojar o curriculum vitae nas várias plataformas online e redes sociais dedicadas à procura e oferta de emprego. A verdade é que “quem tem um perfil numa rede social aumenta a probabilidade de ser encontrado por um profissional de recrutamento”, refere o blogue, identificando vários sites que podem ajudar a criar um currículo online, começando obviamente pelo Linkedin e pelo Facebook.

Menos conhecidas mas igualmente úteis são plataformas como o CVitt (baseado nos talentos, ‘hobbies’ e capacidades adicionais dos candidatos), Somewhere (permite combinar o currículo com o Pinterest, o Instagram e o Linkedin), Sumry (transforma o currículo numa página da internet), Behance (plataforma para designers, ilustradores e outros criativos mostrarem o seu portfólio) e Elance (direcionada para ‘freelancers’).

Ouvidos pelo Saldo Positivo, os especialistas das empresas de recrutamento Ray Human Capital, Randstad Professionals, Kelly Search & Selection e Grupo Egor – Recrutamento e Seleção concordam na necessidade dos candidatos – sejam eles jovens à procura do primeiro emprego ou executivos que aspiram a progredir na carreira – “semearem” várias versões do currículo em plataformas online, embora levantem algumas dúvidas sobre outras tendências para currículos este ano, como as versões em infografia, vídeo ou com demasiados elementos gráficos e de cor. Conheça então as dicas dos recrutadores para ter um currículo vencedor em 2014.

Quais as tendências para a criação de currículos?
António Costa, gestor da Randstad Professionals Lisboa, não hesita no momento de eleger as redes profissionais como o Linkedin, entre outras, como a grande tendência para 2014, enquanto ferramentas de criação e atualização de currículos. “Em áreas mais criativas, como o marketing, continuarão a ser utilizados suportes e formatos apelativos para acentuar a diferenciação. No segmento de quadros médios e superiores será reforçada a tendência dos currículos em inglês, dadas as exigências de mercado ao nível de mobilidade internacional”, prevê. Ao olhar para um currículo, explica que “não deverá ser um documento complexo, mas sim um cartão de visita objetivo, diferenciador e que demonstre claramente competências para que o candidato se destaque numa ‘pool’ de candidaturas”.

“Independentemente do tipo de currículo, o que mais se valoriza é a estrutura, percurso académico e profissional detalhado e o acesso fácil a informação. Além disso deve ser breve: um bom currículo não deve ultrapassar as duas páginas, com um ‘layout’ claro e acessível”, refere Miguel Almeida, da Kelly Search & Selection.

Da mesma forma, Miguel Almeida, consultor sénior da Kelly Search & Selection, sublinha a “crescente tendência de recorrer a portefólios ‘online’ e ferramentas nas redes sociais”, com o curriculum vitae a desempenhar ainda um papel chave na procura de emprego. Defendendo que o tipo de currículo pode variar muito em função de cada mercado de trabalho, Miguel Almeida destaca os três principais formatos: currículo funcional (para uma evolução na carreira ou regresso ao mercado de trabalho); currículo cronológico (mais comum, utilizado na Europa); e currículo visual (para início de carreira, combina fotografias, vídeos, infografias, quadros e gráficos).

A recomendação de João Araújo, consultor associado na Ray Human Capital, passa pela utilização de modelos diferenciadores de currículos que explorem as competências e principais conquistas pessoais. “O CVitt é um bom exemplo de um modelo de currículo alternativo que permite a visualização gráfica de perfis. Por se tratar de um currículo multidimensional, possibilita a visualização de características que não estão presentes no modelo tradicional, como os talentos e as expectativas pessoais e profissionais”, refere

O que é mais valorizado pelos recrutadores?
Para ter um currículo vencedor em 2014 deve fazê-lo o mais personalizado possível face ao que é pedido, recomenda Isabel Meireles, diretora da área de Recrutamento e Seleção do Grupo Egor, recomendando também a inclusão da manifestação de interesses e motivação no próprio currículo, em substituição da habitual carta de apresentação. Além disso, refere, o currículo “deve motivar quem lê, já que é uma forma de chegar ao diálogo e à entrevista”. Por norma, diz a recrutadora, “um bom currículo traz um bom candidato”.

António Costa, da Randstad Professionals, recusa “o uso de clichés ou de currículos standard”. “É fundamental que a resposta seja dada com exemplos concretos e indo ao encontro das características identificadas no anúncio”, defende o especialista. A mesma ideia é avançada por Miguel Almeida, da Kelly Search & Selection, que aconselha os candidatos a terem diferentes versões do mesmo currículo, de modo a utilizar a versão mais adequada para a função a que se está a candidatar. “Independentemente do tipo de currículo, o que mais se valoriza é a estrutura, percurso académico e profissional detalhado e o acesso fácil a informação. Além disso deve ser breve: um bom currículo não deve ultrapassar as duas páginas, com um ‘layout’ claro e acessível”.

Em resposta à pergunta, João Araújo, da Ray Human Capital, desvenda que o mais valorizado pelos recrutadores é a “capacidade de traduzir fielmente não só os dados biográficos e percurso académico profissional, mas também realçar as suas expectativas, talentos e mais-valias”.

Vale a pena apostar num currículo original?
Quando se trata de procurar emprego, nem sempre a originalidade compensa, avisa António Costa, da Randstad. Dependendo da função, ter um currículo original “é um risco que pode ou não ser valorizado”. Mas se estiver a candidatar-se a um emprego que exige criatividade, a aposta num formato diferente para o currículo poderá ser a melhor forma de manifestar essa característica. Em caso de dúvida, não arrisque, recomenda António Costa: “A diferenciação do candidato deve estar mais no conteúdo do que na forma”. João Araújo, da Ray Human Capital, também deixa o alerta: “Originalidade não deve ser confundida com extravagância: utilize as ferramentas disponíveis para se destacar e diferenciar mas lembre-se que o currículo é um documento de trabalho”.

Isabel Meireles, do Grupo Egor, também é cautelosa no que diz respeito a formatos de currículo muito inovadores. “O melhor é não complicar e optar por um currículo tradicional”.

Por seu lado, Miguel Almeida, da Kelly Search & Selection, contrapõe defendendo que “um currículo digital poderá destacar o candidato na multidão, em especial num mercado de trabalho extremamente competitivo”. O especialista em recrutamento recomenda o uso de ferramentas online (como o vizualize.me) que permitem “dar vida ao seu antigo currículo em papel recorrendo à utilização de imagens e ícones”.

O que não pode faltar num currículo vencedor?
Coerência da informação, forma como está estruturado e como passa a mensagem. Na opinião de António Costa, da Randstad, estas são as características mais importantes de um currículo. É de evitar dizer no currículo que são pessoas responsáveis e com espírito de equipa. “Só dizê-lo não chega. É preciso exemplificar e, acima de tudo, ver o anúncio de emprego como uma série de perguntas a que se respondem de forma completa e objetiva”, recomenda. João Araújo, da Ray Human Capital, privilegia o conteúdo de um currículo face à forma como ele é apresentado. “Por muito original, estético e estruturado que um currículo seja, não deve descurar o essencial. Mas se encontrar um compromisso entre a coerência de conteúdo e o seu modo de visualização pode estar perto de ter o currículo perfeito”.

Fonte: Saldo Positivo

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